rede pública de saúde

Mesmo com central de regulação, usuários têm dificuldade de agendar consultas e exames

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Renan Mattos (Diário)

A dificuldade para conseguir marcar consultas e exames na rede pública de saúde ainda gera muitas reclamações de pacientes que precisam do serviço. Em Santa Maria, os agendamentos de consultas com especialistas e de exames são feitos por meio da Central Municipal de Regulação, que, desde o início do ano passado, opera de forma informatizada. De janeiro até agosto deste ano, mais de 22 mil consultas e 16 mil exames foram agendados (confira abaixo).

- É um serviço instituído há bastante tempo, mas, antes, era tudo no papel. O motorista buscava, uma vez por semana, em cada unidade de saúde, todos os encaminhamentos e trazia para cá, era tudo extremamente manual. Aí, se perdia papel e não se tinha uma ordem de prioridade, pois não havia como ter controle - explica a superintendente de Atenção Especializada do município, Vanessa Martins.

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A Central de Regulação é um serviço administrativo interno, não aberto ao público, que funciona na sede da Secretaria de Saúde e cujo trabalho é realizado por dois grupos: um com quatro médicos reguladores e outro com os 16 agendadores. Com o processo de informatização, implementado em 2015 nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nas Estratégias Saúde da Família (ESFs), o serviço, antes manual, passou a ser feito online.

Vanessa explica que os encaminhamentos são feitos pelas unidades de saúde. Um dos médicos reguladores verifica, então, a gravidade definida pelo médico que solicitou o exame ou consulta com especialista, e se o conteúdo descrito está de acordo com os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

- A partir da autorização, o usuário entra na lista de espera para que os agendadores classifiquem os procedimentos de acordo com a urgência, a ordem cronológica e a impessoalidade - comenta Vanessa.

RECADASTRAMENTO
Mesmo com a informatização, muitos usuários ainda encontram problemas para marcar um exame. Foi o que aconteceu com a doméstica Carla Tatiane de Moraes Nascimento, 36 anos. Em agosto, depois de consultar no Pronto-Atendimento (PA) do Patronato, o médico que a atendeu solicitou uma ultrassonografia para verificar uma pedra no rim. No entanto, a requisição veio em um papel.

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- Eu fui duas vezes no PA tomar soro e remédio para tentar descer a pedra. Como já tinha sangue na urina, o médico pediu o exame para ver onde a pedra estava. Mas, o médico disse que eu tinha que ir no posto de saúde. Fui, me disseram que era no PA. Não era. Depois, liguei para outro postinho, que disse que ia demorar três meses - contou.

Com a demora, Carla Tatiane optou por fazer o exame numa clínica particular. Em casos como esse, a orientação é que o paciente se recuse a receber o formulário manual e peça a solicitação pelo sistema informatizado. A prefeitura também fará uma campanha de recadastramento para que os usuários atualizem seus dados.

- Temos muita dificuldade em localizar pacientes. As pessoas reclamam, mas não atualizam seus cadastros. Em dezembro, provavelmente, vamos fazer essa atualização cadastral para poder agilizar o fluxo e diminuir o tempo de espera pelos procedimentos - disse a secretária de Saúde, Liliane Mello Duarte.

AGENDAMENTOS EM 2018

Janeiro

  • Consultas - 2.341
  • Exames - 2.151

Fevereiro 

  • Consultas - 2.084
  • Exames - 1.700

Março 

  • Consultas - 3.009
  • Exames - 1.933

Abril 

  • Consultas - 3.115
  • Exames - 1.906

Maio

  • Consultas - 2.578
  • Exames - 2.073

Junho 

  • Consultas - 2.917
  • Exames - 2.060

Julho 

  • Consultas - 2.712
  • Exames - 2.422

Agosto

  • Consultas - 3.294
  • Exames - 2.422

De janeiro a agosto deste ano, um total de 22.050 consultas com especialistas foram agendadas pela Central Municipal de Regulação. Desse total, 15.042 foram ofertadas pelo município e 7.008 pelo Estado .

No mesmo período, 16.667 exames (exceto os laboratoriais, que são realizados diretamente nas UBSs) foram agendados pela Central. Desses, 11.598 foram ofertados pela prefeitura e 5.069 pelo Estado .

As vagas para agendamentos de média complexidade são ofertadas pelo município, via Consórcio Intermunicipal da Região Centro, e também são de responsabilidade do Estado (o município tem a opção do consórcio como forma complementar) .

As vagas para alta complexidade são de atribuição estadual. O número de vagas ofertadas, mensalmente, varia de acordo com as contratualizações do Estado .

Entre essas vagas, estão as cerca de 1 mil consultas com especialistas que o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) disponibiliza para a cidade .

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